DG1: Projecto 3: A Ilustração como Elemento Dinâmico na Obra do Livro
Número de Aulas: 17
Apresentação de ante-projectos: 4 e 5 Maio
Apresentações: 25, 26 e 30 de Maio, 1 de Junho
Avaliação final: 2 de Junho
1. Contexto:
O Livro, suporte e veículo para a informação é um objecto comunicante e parte integrante do discurso literário. O Livro é simultaneamente um objecto e uma experiência: a ilustração, composição, tipografia e os suportes são determinantes para a criação de uma estrutura editorial com características funcionais e multi-dimensionais. Quando a ilustração é tratada por processos manuais, mecânicos, analógicos e/ou digitais adquire linguagens estéticas determinadas pelos processos e suportes utilizados, integrando-se no Livro, podendo-se tornar indissociável do Texto literário, expandindo-o e construindo novas narrativas. Assim, ao compor um texto num livro ou em qualquer outro suporte/medium, estamos efectivamente a transformar o texto, a metamorfosea-lo.
Durante muito tempo suporte por excelência do texto, o Livro foi ao longo do Século XX encontrando media que o complementaram na fixação e transmissão remota do texto (espacial e temporal). A forma do Livro e a forma como ele é escrito e lido evoluíram a par da própria literatura, resultando em meios híbridos (Banda Desenhada, por exemplo), em discursos que valorizam a imagem sobre o texto ou a tornam texto, ou eliminam de todo qualquer necessidade de texto para o desenvolvimento narrativo. O Livro enquanto objecto material transfigura-se estrutural e formalmente mas mantêm alguma presença noutros media, uma presença por vezes histórica ou ancestral, que por vezes quase que só se revela arqueologicamente. Estruturas criadas pelo Livro são herdadas ou evoluem noutros media sendo integradas no discurso literário, transferindo para o Texto elementos do Livro, logo, transferindo para outros media, via texto, características formais e estruturais do Livro. Este projecto põe em campo as relações entre o texto literário, os seus veículos, e os subtextos resultantes dos processos, das escolhas e dos meios implicados no desenvolvimento projectual.
2. Conteúdos:
O livro como objecto e como experiência.
O texto literário e a sua articulação com a ilustração, os seus processos, suportes e linguagens.
A investigação como motor e sustentação da actividade projectual.
3. Metodologia:
Com base em temas literários, sugere-se que seja desenvolvido um corpo de trabalho cuja narrativa se (des)enquadre no discurso literário. A ilustração deve ser tratada, neste módulo, não só como um elemento de reforço da metáfora do texto mas sobretudo trabalhando cuidadosamente a autonomia ou justaposição do discurso visual nos produtos editoriais.
Após a formação dos grupos de trabalho, deverá ser definido o tema ou obra a desenvolver, sendo posteriormente definidos os moldes em que o trabalho será desenvolvido e o faseamento do trabalho. Em cada caso deverão ser definidos pelo grupo de trabalho uma série de objectivos de trabalho específicos para cada projecto, que serão utilizados quer na apresentação do ante-projecto quer na avaliação final do projecto.
4. Objectivos:
Representar, interpretar, planificar e gerir projectos multi-dimensionais.
Valorizar a tradução de ideias em meios paralelos.
Fomentar a autonomia dos discentes.
Desenvolver capacidades de conceptualização e reflexão.
Fomentar a aquisição e utilização de vocabulários e gramáticas, relacionadas com os processos e metodologias projectuais, inerentes ao design de comunicação.
Desenvolver o conceito de experiência nas relações com o público.
Desenvolver um processo de investigação que suporte todo o desenvolvimento do projecto.
Fomentar uma auto-avaliação consciente, faseada e integrada no desenvolvimento do trabalho.
5. Forma:
Os meios e suportes a utilizar no desenvolvimento do projecto são livres, sendo apenas definida a obrigatoriedade de ser entregue um suporte documental para arquivo, em CD, CD-Rom, DVD, etc., compatíveis com MacOSX.
O trabalho final deverá ser acompanhado de um texto de aproximadamente 1000 palavras, onde de forma sintética se justifique as opções de carácter conceptual, estético e técnico, tomadas na sua abordagem em relação à[s] narrativa[s] literária[s] seleccionada[s].
O projecto poderá ser desenvolvido em grupos de trabalho de até 3 alunos.
Os alunos que estiveram ausentes em programa Erasmus durante a série de exercícios individuais (primeiro semestre), realizarão este projecto individualmente.
6. Bibliografia:
Birkerts, Sven. The Gutenberg Elegies: The Fate of Reading in an Electronic Age, Londres, Faber and Faber, 1994
Bolter, Jay David, Richard Grusin. Remediation, Understanding New Media, Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 1999
Com os desejos de bom trabalho,
Miguel Carvalhais & João Cruz.
2 Comments:
João Marrucho
Documentação Preliminar do projecto de trabalho 3
Abril de 2005
Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto
Constituição do grupo de trabalho:
Eu (João Marrucho a.k.a. João da Concorrência a.k.a Ana)
Tema escolhido:
Are you talkin' to me?
Planificação do Trabalho:
Isto vai ser um pouco como a pesca. Tanto pode vir peixe à cana como à rede.
Objectivos provisórios:
Fazer uma coisa porreira digna de uma escola idónia. Run Forest, run...
Não, vá... agora a sério...
Consciente da resposta da turma ao novo tipo de dinamização dos meios formatados pelos grandes mercadores de informação, e apesar das dificuldades retrospectivas que corroboram a interpessoalidade permissiva da Faculdade, não posso deixar de concoradar com a análise feita por Albano Esperança, quando refere a actividade multi-disciplinar como principal motor de letargia num ambiente fechado que não deixa de denotar alguma intrangisência às inovações mais físicas e, arrisco, mesmo tactuais. Esse marasmo que situa a prótese e a extensão humana feita pelo computador, nas áreas tangenciais ao percurso do design contemporâneo e que provocou na última década, um especial interesse, por parte da maioria dos intelectuais, pelas técnicas de intervenção social originadas pelo "corpo na arte" e pelas construções narrativas das "after-images" (conceito criado pelos artistas e críticos afins no intuito de preservar a sobriedade criativa inata à noção de autoria mecanizada) levanta novas questões à economia das ideias. A comunicação ficou então perdida em jogos referenciais de natureza subjectiva e, a pouco e pouco, tem perdido a peculiaridade, surgida apenas aquando da sua definição, da separação de territórios. O formato livresco da maior parte das publicações priódicas não é, então, senão uma reacção eficaz que visa colmatar a maior parte da aplicações interactivas doseadas pelo modo expositivo concorrente.
Pode-se depreender deste modo, que os percursos operativos das instâcias de produção de conteúdos, alcançam áreas limítrofes do recentemente originado universo do branqueamento hiper-textual. Ainda assim, este tipo de conotação pejorativa não invalida nenhum tipo de supra-continuidade virtual das pontencialidades já comprovadas pelo empirismo mais arcaico. Por outras palavras, o meio como finalidade, nega a projecção ética do momento em tempo-real. Os pilares da comunicação flexivel colocam, deste modo, o sujeito num limbo situacional semelhante ao despoletado pelo lugar-comum personificado por uma não-comunidade que zela, apática, pela omni-presença do sinal audio e vídeo que adjectiva parte dos eventos produzidos pelos discentes.
Para reforçar ainda mais esta ideia, e citando o mestre da repetição diferencial: "A analogia, não é senão um cão... hum...".
Vamos lá ver se consigo fazer isto tudo tal e qual como o descrevo...
O discente:
João Marrucho
Desculpem qualquer descuido semântico...
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